Verrugas no Pênis e HPV: Entenda Tudo e Saiba Como Tratar!
Uma das causas mais comuns de busca do urologista são as verrugas no pênis, frequentemente causadas pelo Papilomavírus Humano, mais conhecido como HPV. Neste artigo vou explicar de forma clara e acessível o que são essas verrugas, como identificá-las, as opções de tratamento disponíveis e, principalmente, como se prevenir.
O HPV é um vírus muito comum, existindo diversos tipos diferentes. De fato, a infecção por HPV é considerada uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais prevalentes em todo o mundo. É importante entender que o HPV não afeta apenas as mulheres; ele também pode infectar a região genital masculina, levando ao surgimento de verrugas. Compreender a natureza desse vírus e como ele age no organismo é o primeiro passo para lidar com a situação de forma informada e sem alarmismos desnecessários.
Nem todos os tipos de HPV causam verrugas genitais. Existem mais de 100 tipos diferentes de HPV, e apenas alguns deles estão associados ao desenvolvimento dessas lesões na região genital masculina. Geralmente, as verrugas genitais são causadas por tipos de HPV considerados de baixo risco para o desenvolvimento de câncer. Essa distinção é importante para tranquilizar, pois embora o HPV possa estar ligado a alguns tipos de câncer em áreas genitais e orofaríngeas, os tipos que causam verrugas são distintos.
As verrugas no pênis podem apresentar uma variedade de aparências. Elas podem ser pequenas, da cor da pele ou ligeiramente mais claras, e podem ter uma superfície lisa ou áspera. Muitas vezes, são descritas como tendo uma aparência semelhante a uma “couve-flor” quando surgem em grupos. O tamanho das verrugas também pode variar. Quanto à localização, elas podem aparecer em diversas áreas da região genital masculina, incluindo a glande (cabeça do pênis), o corpo do pênis, o freio, o escroto e ao redor do ânus. A observação atenta dessas áreas é fundamental para identificar qualquer alteração suspeita.
O diagnóstico das verrugas no pênis geralmente é feito por um médico através de um exame visual da região genital. Na maioria dos casos, não são necessários exames laboratoriais específicos para identificar as verrugas causadas pelo HPV. No entanto, em algumas situações, especialmente se a aparência das lesões for atípica ou houver dúvidas no diagnóstico, o médico pode optar por realizar uma biópsia para confirmar a presença do HPV e descartar outras condições. É fundamental que, ao notar qualquer lesão suspeita no pênis, o homem procure um médico especialista, como um urologista, para obter um diagnóstico preciso e iniciar o tratamento adequado.
Embora não exista uma cura definitiva para o vírus HPV, as verrugas genitais podem ser tratadas de diversas maneiras. O objetivo do tratamento é remover as verrugas visíveis e aliviar os sintomas. As opções de tratamento incluem medicamentos tópicos, que são cremes ou soluções aplicadas diretamente sobre as verrugas. Um exemplo comum é o imiquimode. Além disso, existem procedimentos médicos que podem ser realizados no consultório ou em ambiente hospitalar, como a crioterapia (congelamento das verrugas com nitrogênio líquido) , a excisão cirúrgica (remoção das verrugas com um bisturi), a terapia a laser e a eletrocauterização (queima das verrugas com um aparelho elétrico). A escolha do tratamento mais adequado dependerá das características das verrugas, como tamanho, número e localização, além da avaliação médica individualizada. É importante ressaltar que o tratamento deve sempre ser orientado e realizado por um profissional de saúde. Mesmo após o tratamento, as verrugas podem reaparecer, sendo fundamental o acompanhamento médico para monitorar a situação e realizar novas intervenções, se necessário.
A transmissão do HPV e das verrugas genitais ocorre principalmente através do contato direto com a pele ou mucosas infectadas durante a atividade sexual, seja ela vaginal, anal ou oral. É importante saber que uma pessoa pode estar infectada com o HPV e transmitir o vírus mesmo que não apresente verrugas visíveis.
A prevenção da infecção por HPV em homens pode ser feita através da vacinação, da prática de sexo seguro e da circuncisão/postectomia (no homem). A vacina contra o HPV é uma ferramenta eficaz na prevenção da infecção pelos tipos de HPV mais comuns, associados às verrugas genitais e ao câncer induzido pelo HPV (colo uterino, pênis, anus, orofaringe, vagina e vulva). Existem diferentes tipos de vacina disponíveis, e a recomendação é que a vacinação ocorra preferencialmente antes do início da vida sexual, embora possa ser benéfica mesmo para pessoas já sexualmente ativas. A prática de sexo seguro é evitar múltiplas parceiras para diminuição do risco e utilizar de forma consistente os preservativos em todas as relações sexuais. No entanto, é fundamental entender que o preservativo não cobre toda a área genital, portanto, a proteção não é completa.
A circuncisão também foi relacionada com um risco significativamente menor (67% menos infecção em homens que realizaram postectomia quando comparado com pacientes que não realizaram). Esse benefício da circuncisão se estendeu para as mulheres também, que tiveram um risco 58% menor de contrair o HPV, quando se relacionavam com homens circuncidados e monogâmicos.
Páginas de apoio:
- https://www.cdc.gov/sti/about/about-genital-hpv-infection.html?CDC_AAref_Val=https://www.cdc.gov/std/hpv/stdfact-hpv.htm
- https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hpv
Referências:
- Garland SM, Hernandez-Avila M, Wheeler CM, et al. Quadrivalent vaccine against human papillomavirus to prevent anogenital diseases. N Engl J Med. 2007;356(19):1928–1943. doi:10.1056/NEJMoa061760
- Giuliano AR, Lee JH, Fulp W, et al. Incidence and clearance of genital human papillomavirus infection in men (HIM): a cohort study. Lancet. 2011;377(9769):932–40. doi:10.1016/S0140-6736(10)62342-2
- Castellsague X, Bosch FX, Munoz N, et al. Male circumcision, penile human papillomavirus infection, and cervical cancer in female partners. N Engl J Med. 2002;346:1105–12.