Terapia Focal no Câncer de Próstata: Tratamento Inovador para Preservar a Função Urinária e Sexual
A terapia focal no câncer de próstata é um tratamento minimamente invasivo que visa controlar a doença com menos efeitos colaterais do que as terapias convencionais, como a cirurgia (prostatectomia radical) e a radioterapia. Essa abordagem tem ganhado destaque por sua capacidade de preservar a função urinária e sexual, sendo uma alternativa para pacientes com câncer de próstata localizado de risco baixo ou intermediário.
Neste artigo, você encontrará tudo o que precisa saber sobre a terapia focal, incluindo indicações, exames necessários, opções de tratamento e acompanhamento pós-terapia.
O que é Terapia Focal no Câncer de Próstata?
A terapia focal é uma abordagem inovadora que trata somente a área afetada pelo câncer de próstata, preservando o restante do órgão. Diferente das terapias radicais, como a prostatectomia ou a radioterapia, que tratam toda a próstata, a terapia focal reduz os efeitos colaterais, como incontinência urinária e disfunção erétil.
Apesar de ainda ser considerada experimental, muitos estudos indicam que a terapia focal pode ser uma alternativa eficaz para determinados pacientes.
Quem Pode Fazer a Terapia Focal?
A seleção do paciente ideal para a terapia focal deve ser criteriosa e rigorosa. Os candidatos mais indicados são:
✔ Homens com expectativa de vida superior a 5 anos.
✔ Câncer de próstata localizado, de risco baixo ou intermediário.
✔ Pacientes que desejam minimizar os efeitos colaterais, como perda da função urinária e sexual.
✔ Aqueles que entendem que a terapia focal ainda não é o padrão-ouro, mas querem uma opção menos invasiva.
A terapia focal pode ser uma alternativa para pacientes que preferem tratar o câncer de próstata imediatamente, em vez de optar pela vigilância ativa e aguardar a progressão da doença.
Quais Exames São Necessários para a Terapia Focal?
Antes de indicar a terapia focal, é essencial realizar exames de alta qualidade para confirmar a presença do tumor e definir a melhor estratégia de tratamento.
🔎 Ressonância Magnética Multiparamétrica (mpMRI) de 3T ou 1.5T com bobina endorretal → Esse exame permite identificar a localização exata do câncer na próstata.
🔎 Biópsia de Fusão mpMRI-TRUS (preferencialmente transperineal) → Essencial para confirmar a presença do câncer e avaliar sua agressividade.
🔎 PET-PSMA (Tomografia com PSMA) → Ajuda a detectar tumores pequenos e avaliar se o câncer já se espalhou.
O uso desses exames aumenta a precisão do diagnóstico e melhora os resultados da terapia focal.
Quais São as Modalidades de Terapia Focal?
A escolha da melhor técnica de terapia focal depende da localização e do tamanho da lesão na próstata. As principais opções incluem:
📌 Eletroporação Irreversível (IRE – NanoKnife®)
✔ Indicado para lesões na região anterior e no ápice da próstata.
✔ Preserva estruturas críticas responsáveis pela função urinária e erétil.
✔ Tecnologia inovadora que usa impulsos elétricos para destruir células cancerígenas sem danificar tecidos saudáveis.
📌 HIFU (Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade)
✔ Tratamento não invasivo que utiliza ondas de ultrassom para destruir as células do tumor.
✔ Pode ser uma opção para tumores localizados na zona periférica da próstata.
Cada modalidade tem suas vantagens e limitações, sendo fundamental uma avaliação individualizada com um urologista especializado.
Terapia Focal para Recorrência do Câncer de Próstata
A terapia focal pode ser utilizada em casos de recorrência do câncer de próstata após radioterapia. Entre as opções, a eletroporação irreversível (IRE) tem se destacado como uma alternativa menos agressiva do que a prostatectomia de resgate ou a radioterapia adicional.
Essa abordagem oferece:
✔ Menos efeitos colaterais em comparação à cirurgia ou radioterapia de resgate.
✔ Preservação da função urinária e sexual.
✔ Melhores resultados funcionais em longo prazo.
Cuidados Necessários Antes da Terapia Focal
Para garantir a eficácia da terapia focal, os pacientes devem passar por uma avaliação detalhada e exames específicos. As recomendações incluem:
✔ Biópsia de mapeamento transperineal por template – Ideal para avaliar toda a próstata antes do tratamento.
✔ Ressonância Magnética Multiparamétrica de alta qualidade – Essencial para planejar e monitorar o tratamento.
A interpretação dos exames deve ser feita por um radiologista dedicado à especialidade, garantindo maior precisão no diagnóstico e na escolha da melhor estratégia terapêutica.
Acompanhamento Após a Terapia Focal
O seguimento rigoroso é fundamental para monitorar a resposta ao tratamento e detectar possíveis recorrências. O protocolo recomendado inclui:
✅ PSA a cada 3-6 meses no primeiro ano e depois semestralmente.
✅ Ressonância Magnética (mpMRI) aos 6 meses e anualmente – Para avaliar a resposta ao tratamento.
✅ Biópsias direcionadas se houver suspeita de recorrência – Realizadas com base nos exames de imagem.
✅ PET-PSMA se PSA ≥ 0,5-1 ng/mL – Para identificar possíveis áreas de recorrência do tumor.
Esse acompanhamento permite identificar rapidamente qualquer sinal de recidiva da doença, possibilitando um tratamento precoce caso necessário.
Conclusão: Terapia Focal é uma Opção Promissora, mas ainda em avaliação
A terapia focal para o câncer de próstata é um tratamento minimamente invasivo que pode oferecer bons resultados para pacientes selecionados. No entanto, ainda é considerada experimental e não substitui completamente as opções convencionais, como a prostatectomia radical e a radioterapia.
Se você tem câncer de próstata localizado e deseja preservar sua qualidade de vida, converse com um urologista especialista em terapia focal para avaliar se essa abordagem é indicada para o seu caso.
Referências:
- Scheltema MJ, et al. Salvage irreversible electroporation for radio-recurrent prostate cancer. Nat Rev Urol. 2023
- Ghoreifi, A., et al. Identifying the best candidate for focal therapy: a comprehensive review. Prostate Cancer Prostatic Dis (2024).
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- Ahmed, H. U., et al. Focal therapy for prostate cancer: Current outcomes and future directions. European Urology, 2022
- Hamdy, F.C, et al. Fifteen-Year Outcomes after Monitoring, Surgery, or Radiotherapy for Prostate Cancer. New England Journal of Medicine, 2023